Davi contra. Golias? Empresa de criptomoeda Consensys processa SEC por regulamentação do Ethereum

A Consensys, uma importante empresa de desenvolvimento de Ethereum, lançou a última salva na batalha contínua entre a indústria de criptomoedas e a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). A empresa entrou com uma ação judicial em 25 de abril, acusando a SEC de “tomar autoridade ilegalmente” sobre o Ethereum, a segunda maior criptomoeda do mundo em capitalização de mercado.

O processo centra-se nas recentes ações da SEC contra a Consensys, particularmente seu popular produto de carteira MetaMask. MetaMask permite aos usuários armazenar, gerenciar e negociar criptomoedas, incluindo Ethereum (ETH). No entanto, parece que a SEC está visando recursos específicos do MetaMask, como recursos de piquetagem e troca.

Consensys rejeita a classificação de segurança

A empresa está buscando uma decisão judicial final declarando que a ETH não é um valor mobiliário. Esta classificação é crítica, uma vez que as regulamentações de valores mobiliários podem ter um impacto significativo na forma como as criptomoedas são negociadas e oferecidas. A Consensys argumenta que o Ethereum, com a sua rede descentralizada e a falta de um emissor central, não atende à definição tradicional de segurança.

O case também explora os recursos do MetaMask. Segundo a empresa, a carteira é apenas uma interface e não uma corretora. Ao afirmar que a MetaMask nunca detém ativos de usuários ou gerencia diretamente a execução de transações, ela efetivamente se distancia de qualquer possível violação das regulamentações de valores mobiliários.

De acordo com Joe Lubin, cofundador da Ethereum e fundador/CEO da Consensys:

Não damos este passo levianamente, mas sentimo-nos obrigados a agir. Ethereum é para todos.

Consensys cita um cenário regulatório inconsistente

Para complicar ainda mais a situação está a posição aparentemente contraditória da SEC em relação ao Ethereum. O processo faz referência a um discurso de 2018 do ex-diretor da SEC, Bill Hinman, no qual ele classificou o Ethereum como uma mercadoria, não um título.

Além disso, a empresa afirma que a agência irmã da SEC, a Commodity Futures Trading Commission (CFTC), já supervisiona produtos derivados relacionados ao Ethereum. Esta sobreposição percebida na jurisdição regulatória fortalece o argumento da Consensys contra as ações recentes da SEC.

Confie em precedentes legais

O processo também invoca a “doutrina das grandes questões”, um princípio jurídico que limita o poder das agências federais quando as suas ações têm amplas implicações económicas ou políticas. A Consensys argumenta que a tentativa da SEC de regular o Ethereum se enquadra nesta doutrina e requer autorização explícita do Congresso. No entanto, a eficácia deste argumento permanece incerta, uma vez que dois juízes já rejeitaram reivindicações semelhantes de outras empresas de criptomoedas.

Implicações mais amplas para a indústria de criptomoedas

O processo da Consensys representa um desenvolvimento significativo com consequências potenciais para toda a indústria de criptomoedas. Uma decisão judicial a favor da Consensys poderia estabelecer uma estrutura regulatória mais clara para Ethereum e criptomoedas semelhantes. Por outro lado, uma vitória da SEC poderia permitir à agência exercer maior controle sobre o espaço criptográfico, potencialmente levando a regulamentações mais rígidas e a um maior escrutínio para empresas como a Consensys.

Imagem apresentada por TradingView Chart Zachary Fruhling