A Rússia supostamente lidera esforços de IA para influenciar as eleições presidenciais dos EUA

De acordo com um relatório recente, a Rússia produziu mais conteúdo assistido por bots relacionado com as próximas eleições presidenciais dos EUA do que qualquer outro país. Um funcionário da inteligência dos EUA diz que a operação visa apoiar o candidato republicano Donald Trump e desacreditar a candidata democrata à vice-presidência, Kamala Harris.

O funcionário falou anonimamente durante um briefing sobre o suposto uso de inteligência artificial pela Rússia e outras nações para influenciar as eleições marcadas para 5 de novembro. O conteúdo da IA ​​de Moscovo está em sincronia com a campanha em curso para promover Trump como candidato. Diz-se que o conteúdo contém histórias destinadas a desacreditar Harris e o Partido Democrata.

O oficial de inteligência também observou que havia um aspecto de teoria da conspiração no material divulgado pela Rússia, que por sua vez sugeria que a Rússia estava, de certa forma, tentando manipular as percepções das pessoas.

Apesar de outros países fazerem o mesmo, o uso da IA ​​pela Rússia na interferência eleitoral foi identificado como o mais difundido. O oficial de inteligência falou à mídia sobre esses eventos, mas não forneceu detalhes sobre as informações ou aplicativos utilizados.

Microsoft descobre entidades russas compartilhando vídeos falsos

A campanha russa espalhou-se pelas plataformas de redes sociais e sites de notícias falsas. Em um relatório de 17 de setembro, a Microsoft revelou que duas entidades russas usaram o X (antigo Twitter) e o Telegram para espalhar vídeos falsos sobre Harris.

Esses vídeos mostravam Harris envolvida em um acidente de atropelamento e outro retratava seus apoiadores como atacantes de um apoiador de Trump. Ambos os vídeos se tornaram virais e foram vistos por milhões de pessoas.

Clint Watts, gerente geral do Microsoft Threat Analysis Center (MTAC), disse que as fazendas de trolls russas compartilharam os vídeos. Um vídeo foi compartilhado por um site de notícias falsas com sede em São Francisco, criado poucos dias antes.

Governo dos EUA intensifica esforços regulatórios de IA

No entanto, à medida que estas ameaças continuam a surgir, o governo dos EUA intensificou as suas tentativas de controlar a aplicação de inteligência artificial em mensagens relacionadas com as eleições. O Departamento de Justiça apresentou recentemente uma acusação contra dois funcionários da comunicação social estatal russa acusados ​​de utilizar fundos russos para financiar uma empresa de criação de conteúdos online com sede no Tennessee.

A empresa estava por trás da criação de conteúdo político polêmico voltado ao eleitorado americano. Além disso, o FBI fechou 32 sites que se acredita pertencerem a organizações de influência russa. Descobriu-se que todos esses sites divulgavam desinformação e compartilhavam materiais que buscavam influenciar a opinião e a percepção.

Além disso, 26 estados dos EUA promulgaram ou estão a considerar leis que poderiam regular o uso de inteligência artificial no discurso político. Pelo menos 19 estados já aprovaram leis que proíbem especificamente deepfakes e outras mídias sintéticas.