Controvérsia como Arbitrum Foundation vendeu tokens ARB antes da aprovação da governança

A Arbitrum Foundation, a organização centralizada responsável por promover o Arbitrum, um blockchain mais rápido e barato para transações Ethereum, está sob escrutínio devido à sua decisão de vender tokens ARB para stablecoins antes que sua comunidade de governança de tokenholder ratifique o orçamento de quase US$ 1 bilhão da organização. No entanto, isso foi revelado por Patrick McCorry, funcionário da Fundação, em um post no blog no domingo.

McCorry explicou que a Arbitrum Improvement Proposal (AIP-1), vista como uma “ratificação” das decisões tomadas pela Fundação, já havia estipulado que 7,5% de todos os tokens ARB seriam para uso da organização. A Fundação já começou a usar esses tokens para beneficiar seu DAO, inclusive convertendo alguns fundos em stablecoins para fins operacionais. Este é o primeiro comentário oficial da Fundação sobre esta crise de governança em curso.

A resposta à primeira tentativa da Arbitrum de governança comunitária levantou novas questões. Há apenas uma semana, a plataforma distribuiu tokens de governança ARB para centenas de milhares de carteiras para dar aos proprietários mais controle sobre decisões críticas, começando com o AIP-1, um pacote abrangente que incluía governança, poderes de emergência, financiamento e doações.

No entanto, Paul McCorry, principal desenvolvedor da Arbitrum Foundation e um de seus fundadores, defendeu a decisão em um post no domingo, dizendo que os detentores de tokens não tiveram voz quando o AIP-1 foi inicialmente criado. Essa resposta ocorre em meio à controvérsia em torno do programa de "subsídios especiais" da Fundação, que concederia 750 milhões de tokens ARB (cerca de US$ 1 bilhão) sem a aprovação dos detentores de tokens.

O airdrop da Arbitrum na semana passada de mais de 1 bilhão de tokens ARB em quase 300.000 carteiras como parte de seu compromisso com a descentralização do poder e a construção de uma comunidade inclusiva levou à formação do ArbitrumDAO, que vota em propostas de mudanças como o AIP-1. De acordo com uma postagem recente de Peter McCorry, no entanto, a votação de "ratificação" para o AIP-1 não resultou em nenhuma votação sobre pedidos de orçamento. Em vez disso, a Fundação Arbitrum já havia gasto os tokens que deveriam fazer parte da votação. Isso causou alvoroço na comunidade Arbitrum e resta saber o que acontecerá se o AIP-1 for rejeitado.

McCorry destacou o problema da criação de estruturas de governança descentralizadas, lembrando que alguns parâmetros, como a estrutura do conselho de segurança, mecanismos de votação e financiamento, devem ser previamente estabelecidos. Ele reconheceu a tentativa da AIP-1 de evitar a "fadiga do eleitor" concedendo poderes de cheque em branco à Fundação, mas enfatizou que isso era necessário para manter a vantagem competitiva do ecossistema, como evidenciado pelos acordos de portas fechadas da Polygon com a Starbucks. McCorry concluiu que seria ideal se as empresas tradicionais concordassem em fazer tudo on-chain.