Mais de 100 ataques físicos contra detentores de Bitcoin e infraestrutura registrados desde 2014

Houve pelo menos 100 ataques físicos contra detentores de Bitcoin ou infraestrutura que facilita as transações BTC, conforme mostra uma lista recente que documenta todos os ataques registrados em 12 de junho. A lista registra todos os ataques físicos conhecidos a detentores ou instalações de BTC, incluindo caixas eletrônicos criptográficos, desde 2014.

Mais de 100 ataques físicos registrados contra detentores de Bitcoin

A lista publicada no GitHub, um repositório de código público, e compartilhada pelo defensor do Bitcoin Jameson Lopp, diretor técnico da Casa, mostra que o primeiro ataque registrado ao BTC data de 2014, quando Hal Finney foi vítima. Finney foi um dos primeiros apoiadores do Bitcoin, que também estava em contato com Satoshi Nakamoto, o misterioso fundador da criptomoeda.

Preço do Bitcoin em 12 de junho | Fonte: BTCUSDT na Binance, TradingView

De acordo com relatos que circularam naquele dia, Finney foi "SWATed" após meses de assédio online. Ser "SWATed" é um crime cibernético em que o invasor denuncia um crime falso à polícia. A equipe da SWAT responde e invade a casa do suposto criminoso apenas para descobrir que o autor da ligação mentiu sobre o crime.

Em 2014, um desconhecido atacou Finney e exigiu 1.000 BTC em troca de não divulgar suas informações pessoais. Finney não pagou e o atacante do resgate divulgou seu endereço residencial ao público enquanto chamava a polícia para dizer que o defensor do Bitcoin queria se matar. Isso foi meses antes de Finney morrer em agosto de 2014.

Outro evento notável ocorreu em 2015, quando ladrões na Holanda roubaram dois caixas eletrônicos Bitcoin. Dois anos depois, em 2017, Lopp se tornou uma vítima quando foi "SWATed" e extorquido por seu Bitcoin.

Nesse caso, o agressor chamou a polícia, alegando que Lopp não atirou na esposa. O invasor tentou extorquir 100 Bitcoins, no valor de quase US$ 700.000, no final de 2017 antes de decidir "SWATare" Lopp.

A criptografia é digital e as transações são rastreáveis

Há um equívoco entre novos usuários, ladrões ou invasores de que o Bitcoin é uma mercadoria física, mais como dinheiro que pode ser roubado. No entanto, para os invasores que falharam em fazer seu trabalho básico, incluindo aqueles que roubaram caixas eletrônicos criptográficos em 2015, a natureza digital das criptomoedas significa que os detentores de moedas devem primeiro aprovar uma transação assinando usando suas chaves privadas.

Sem chaves privadas, o invasor não pode roubar moedas. Além disso, a natureza transparente das transações criptográficas beneficia a vítima, pois, ao relatar o assunto à aplicação da lei, seus ativos podem ser arrastados.

Em várias ocasiões, hackers, principalmente de protocolos de finanças descentralizadas (DeFi), acabaram revertendo fundos sob o risco de sua identidade ser revelada devido à natureza transparente das blockchains subjacentes no Ethereum ou na cadeia BNB.