Arábia Saudita ameaça G7 para apoiar a Rússia

Arábia Saudita ameaça G7 para apoiar a Rússia

A Arábia Saudita ameaçou vender parte da dívida europeia se o G7 confiscar activos russos congelados. É isso que o Ocidente arrisca. O artigo de Giuseppe Gagliano

Os recentes movimentos diplomáticos da Arábia Saudita destacam uma tensão crescente nas relações internacionais, particularmente entre o bloco ocidental e os seus aliados não tradicionais. A ameaça saudita de liquidar investimentos significativos na dívida europeia, em resposta à decisão do G7 de confiscar activos russos congelados, marca mais um passo no complexo tabuleiro de xadrez geopolítico global. A estratégia do Reino parece ditada não só pela solidariedade com a Rússia, mas também por um cálculo estratégico mais amplo que envolve a salvaguarda dos seus interesses económicos e políticos.

ARÁBIA SAUDITA E RÚSSIA: NÃO É UMA NOVA COLABORAÇÃO

A colaboração entre a Arábia Saudita e a Rússia não é nova. Os dois países, ambos membros-chave da OPEP+ , já demonstraram uma forte aliança no sector energético, concordando em cortes na produção de petróleo para manter os preços do petróleo elevados. No entanto, o acordo parece estender-se para além do simples interesse económico, incluindo também uma componente política que reflecte as crescentes preocupações sauditas sobre a possibilidade de o Ocidente poder usar pretextos como os direitos humanos para atingir as suas reservas e investimentos.

TODAS AS AMEAÇAS DA ARÁBIA SAUDITA AOS ESTADOS UNIDOS E À EUROPA

As reservas cambiais da Arábia Saudita, que rondam os 445 mil milhões de dólares, e a sua posição como um dos maiores detentores de títulos do Tesouro dos EUA, apontam para o potencial impacto desestabilizador que tal medida poderia ter nos mercados financeiros globais. Num contexto em que o Ocidente já utilizou sanções económicas como instrumento de pressão política contra a Rússia, a resposta saudita sinaliza um desejo claro de utilizar a alavancagem financeira como meio de contra-ataque e defesa preventiva.

A abordagem da Arábia Saudita não se limita a ameaçar vender títulos do governo europeu. Já em Janeiro de 2023, o Reino anunciou a sua intenção de explorar a possibilidade de comercializar o seu petróleo em outras moedas que não o dólar americano, abrindo a porta a negociações com a China sobre a utilização do yuan. Isto representa uma tentativa clara de diversificar as opções económicas e reduzir a dependência da hegemonia financeira ocidental.

O CONTEXTO POLÍTICO E O PAPEL DA CHINA

O contexto político em torno destas medidas é igualmente significativo. A retórica do Presidente Biden contra a Arábia Saudita, particularmente no que diz respeito ao assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, parece ter suavizado consideravelmente. Ao mesmo tempo, a Arábia Saudita tem sido colocada no centro de novos desenvolvimentos diplomáticos, como o processo de normalização das relações com Israel e o possível papel no futuro governo da Faixa de Gaza, demonstrando como o Reino consegue desempenhar múltiplos simultaneamente para consolidar a sua posição internacional.

As pressões exercidas pela China e pela Indonésia, em linha com as da Arábia Saudita, destacam uma mudança mais ampla na dinâmica global, onde as potências emergentes e regionais procuram afirmar a sua influência contra uma ordem internacional dominada por interesses ocidentais. Este cenário de crescente multipolaridade indica um futuro em que as alianças e rivalidades serão cada vez mais complexas e dinâmicas, com impacto significativo nas estratégias de política externa e nos equilíbrios económicos globais.


Esta é uma tradução automática de uma publicação publicada em Start Magazine na URL https://www.startmag.it/mondo/arabia-saudita-minaccia-debito-europeo-asset-russia/ em Sun, 14 Jul 2024 05:57:45 +0000.