Regulador sul-africano considera contratar escritórios locais para empresas de criptografia

A Autoridade de Conduta do Setor Financeiro da África do Sul (FCSA) está a contemplar um novo requisito regulamentar que poderá ter um impacto significativo nas empresas de criptomoeda que operam no país. O mandato proposto forçaria as empresas estrangeiras de criptomoedas a abrir um escritório local na África do Sul.

Este desenvolvimento segue as conclusões de um recente estudo de mercado de ativos criptográficos, que revelou que uma parte substancial das empresas de criptomoeda que realizam negócios na África do Sul estão sediadas no exterior, estimada em cerca de 10%. A FCSA justifica esta potencial regulamentação enfatizando a necessidade de uma presença física para facilitar a supervisão e responsabilização adequadas.

Alta concentração de usuários de criptomoedas na África do Sul

A África do Sul emergiu como uma nação africana líder em termos de adoção de criptomoedas, ostentando uma base substancial de utilizadores de ativos digitais. O estudo também revelou que a maioria dos prestadores de serviços de criptomoeda no país atende clientes de varejo e que as bolsas de criptomoedas representam o tipo de negócio predominante neste setor.

O estudo de mercado também destacou que a maioria dos prestadores de serviços de criptomoeda na África do Sul oferece serviços financeiros utilizando predominantemente criptomoedas não suportadas, com Bitcoin e Ethereum representando 60% destas transações. Stablecoins, como USD Coin e Binance Coin, representam 26% do mercado.

À luz da rápida expansão da indústria das criptomoedas na África do Sul, o regulador reconhece a necessidade de desenvolver ou aperfeiçoar o quadro regulamentar existente. Esta adaptação visa encontrar um equilíbrio entre a gestão de riscos específicos das criptomoedas e a promoção da inovação sem sufocamento indevido.

Solicitações de licenciamento de provedor de serviços de criptomoeda

A FCSA informou ter recebido um número substancial de pedidos de licenças de provedores de serviços de criptomoeda, totalizando mais de 128 pedidos. No entanto, o regulador emitiu um aviso severo às empresas de criptomoedas não licenciadas, alertando-as de que correm o risco de encerrar até ao final do ano se não cumprirem as regulamentações futuras.

A mudança regulatória contemplada, que forçaria as empresas estrangeiras de criptomoedas a criar escritórios locais, é impulsionada pela busca da FCSA por maior supervisão e responsabilização. Esta medida visa garantir que as entidades que realizam atividades relacionadas com criptomoedas na África do Sul estejam sujeitas a supervisão regulamentar adequada.

A FCSA acredita que exigir que as empresas estrangeiras de criptografia mantenham uma presença física na África do Sul contribuirá significativamente para a responsabilização local e a transparência das suas operações. Desta forma, o regulador pode exercer uma supervisão mais eficaz sobre estas empresas, salvaguardando, em última análise, os interesses dos consumidores e investidores sul-africanos.

O cenário criptográfico da África do Sul

O próspero cenário de criptomoedas da África do Sul atraiu um número considerável de operadores, sendo as exchanges de criptomoedas o principal modelo de negócios. A adoção de diversos ativos criptográficos, especialmente Bitcoin e Ethereum, destaca a crescente popularidade das moedas digitais no país. Stablecoins como USD Coin e Binance Coin também encontraram seu lugar no mercado.

À medida que o mercado de criptomoedas da África do Sul continua a crescer rapidamente, a FCSA está empenhada em encontrar um equilíbrio delicado entre a promoção da inovação e a garantia de que o quadro regulamentar é suficientemente robusto para gerir riscos potenciais. Esta abordagem visa criar um ambiente no qual as empresas relacionadas com as criptomoedas possam prosperar, salvaguardando ao mesmo tempo os interesses financeiros e a segurança dos cidadãos sul-africanos.

O aviso da FCSA às empresas de criptografia não licenciadas que operam na África do Sul sublinha o compromisso do regulador em garantir a conformidade com o seu quadro regulamentar em evolução. As entidades não conformes correm o risco de serem encerradas, sublinhando a seriedade do cumprimento das regulamentações futuras.